Ciao, cara persona che mi accompagna? Come stai?
Eu estou bem e essa semana li um texto que me entristeceu no início, me fez pensar muito durante e, no fim, me arrancou um sorriso leve. Era uma legenda no instagram de uma professora que vende cursos para professoras particulares e a chamada era algo como:
“Você só cumpre seu propósito enquanto professora depois que se torna inútil para os seus alunos e eles vão embora.”
Deu até um arrepio, porque eu, de verdade, não acho isso. E meu perfil psicológico é aquele que quer sempre ajudar, sempre acolher e… Ser inútil não é uma coisa legal, acho que para ninguém.
Mas ao longo da reflexão, ela se mostrou menos impactante e chegava a um lugar de acolhimento com relação aos alunos, de dar autonomia e autoconfiança para que eles seguissem sozinhos, sem a presença “necessária e útil” da professora.
E não é esse o propósito da educação no geral? Criar sujeitos sociais autônomos, autossuficientes e autoconfiantes? Eu sempre acreditei que sim e toda a minha base científica enquanto profissional vem desse lugar também. O que será então que me incomodou nesse texto?
Pensei até o momento de escrever esse compartilhamento com você e percebi que é a utilidade que me incomoda. Não procuramos um professor de ensino livre, como é o nosso caso, somente porque é útil ter um professor.
Fazemos isso por desejar uma conexão entre a língua, as pessoas e a nossa vida, nosso dia a dia. E uma pessoa que nos ensina é alguém que nos fornece essa e tantas outras conexões por meio de um contato direto e constante.
Acho que até sou útil aos alunos que tenho e todas as professoras da Volare também o são, mas é só esse o motivo pelo qual todo mundo continua? Ao mesmo tempo que tenho alunos que fazem tarefas e se preparam para uma certificação na Itália, tenho outros que compartilham “só” detalhes da vida comigo.
O aluno que fala sobre o sonho de ser pai, a aluna que fala sobre as paqueras, a aluna que divide a chegada da netinha, a aluna pesquisadora que conta o dia a dia do laboratório internacional, o aluno que comprou finalmente uma casa e tantos detalhes pequenos que fazem das nossas vidas o que elas de fato são…
Não era essa a utilidade que eles buscavam em uma aula, mas é a esse lugar que muitos de nós chegamos e já no italiano que eles constroem também no dia a dia. O italiano dificilmente se mostra uma língua útil, mas de afeto.
E é desse lugar que eu ensino e é por isso que continuo com quem continua comigo. É por isso que talvez nada seja útil mesmo, nem as línguas, nem as pessoas e nem os afetos, mas são essas coisas que nos fazem continuar e ser o que somos e desejar tudo o que desejamos também.
Você não acha? Ou você procura muito mais o que é útil?
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